Olá Pessoas!
Como consequência direta do desastre que foi o rompimento da barragem em Brumadinho, as ações da Vale tiveram uma drástica queda em seu valor de mercado. No dia 24 de janeiro, a bolsa fechou com as ações da Vale cotadas a 56,15 R$.
No dia seguinte, feriado em São Paulo, não houve pregão e deu-se o rompimento da barragem. Na segunda-feira seguinte, primeiro pregão após o desastre, as ações recuaram quase 25% e foram a 42,36 R$.
Por esses dias, cheguei a ver a cotação descer pra casa dos 40 Reais. Acabei decidindo por comprar algumas ações com o dinheiro que estava parado na corretora a espera de destinação. Imediatamente após a compra, me bateu uma bad trip.
Comecei a me questionar sobre o fato de estar objetivando lucro financeiro através de uma oportunidade gerada como consequência de um desastre que matou centenas de pessoas, destruiu centenas de famílias.
Tem tanto lugar pra investir dinheiro. Precisava ser na Vale? Precisava ser agora na Vale?
Após grande reflexão cheguei a conclusão de que (PARA MIM) não há nenhuma morbidez ou mau caratismo nesta compra. O que pesou a favor:
- A Vale é uma empresa importantíssima para a economia nacional. Era até antes do desastre a terceira maior em valor de mercado do Brasil (atrás apenas de Petrobras e Itaú) e geradora de milhares de empregos;
- As ações não deixaram de ser negociadas, logo, comprando eu ou não, milhares de negócios seriam realizados e milhões de ações ainda seriam negociadas;
- A falta de certeza sobre as dimensões da culpa da Vale. A internet hoje é um grande formador de pseudo-especialistas em tudo e um grande agente de pressão sobre os tomadores de decisão do país (vide a prisão precipitada dos responsáveis técnicos para suprir os anseios da sociedade), mas a verdade é que toda a queda do valor foi justificada mais pelo temor das consequências do que conhecimento do que está por vir. A Vale hoje alega que o monitoramento da barragem era feito de acordo com as melhores práticas mundiais. Os dois cenários possíveis são: a Vale ter sido omissa ou não. No segundo caso, o dano à empresa pode ser menor que o mercado imaginou no primeiro momento.
Isto racionalizado decidi por comprar.
E vocês, têm algum limite moral/ético nos investimentos ou uma coisa não tem nada a ver com a outra?
Abraços e sucesso!
ICV.
* ESTE TEXTO NÃO É UMA INDICAÇÃO DE COMPRA. NÃO TENHO HABILITAÇÃO LEGAL PARA RECOMENDAR INVESTIMENTOS, SENDO TODO O RELATO APENAS UM REGISTRO PESSOAL. O INVESTIMENTO EM AÇÕES É CONSIDERADO DE ALTO RISCO, PODENDO OCASIONAR PERDAS.